TERRA DESMEMBRADA, AI DE TI
O desespero das gaivotas
ao verem monges destroçados,
simplesmente a sorriem para as borboletas
do porto que se poe a voar,
blecaute junto a alma.
Na floresta os campos de trigo
formam esculturas de carne,
é a cor em dor.
Os anjos do asfalto
Pedem flores e velas,
Um fogo sagrado
Ilumina os tambores do pequeno príncipe.
Vêem mais uma
Manhã em chamas.
A alma peregrina
Beija a mariposa sem asas
em fuga pela solidão.
Em teus jardins
alma e carne sangram,
dor apenas a dor
de ser tão forte!
Na trilha a hora H,
fé e coragem?
Aonde?
Em seus veis não há refugio.
Andam pelas ruas
empoeiradas trapos ambulantes
há dançarem o congo de dor.
Uma flor no abismo
á espera da lagrima contida
da silenciosa ferida.
Geme a garça negra
na vertente do lago
livre para voar,
mas para onde?
Se com a asas quebradas
como alçar voo?
Falar ali de riso
É como cantar em
um castelo de vento
em cada gole d’água
junto ao meio fio
a utopia de respirar.
A tarja preta no caminho
sob a escada de Jacó.
a fúria das entranhas
entortam casebres e predios.
Corações quebrandos
nervos retorcidos
sobre ossos tortos
do pó da fé.
Asemente da purificação
forja os delírios,
a neve sem rumo
á parir um ser alado.
No jardim o menino
clama na solidão gangrenada.
aeroportos confinados
uma porta fechada
para vôo desse pequeno albatroz.
De artimanhas aos dilemas
despejo nas tavernas do pequeno príncipe
as macelas da terra.
Delírios profundos
nos talhos de um corte medular.
palácios dos calangos
escalada de gritos sinistros
que se ligam a mera estrada de vento.
Em meio ao muro
inclinado um som
de harpa.
um cheiro de rosas
pinta os sonhos
mundo afora que
mudo cavalga o corpo
de aço inox
com cheiro de florada carnal.