Em mim chove torrrencialmente hoje...
Na certeza do sonho anda a piedade perdida.
Anda o crepusculo temido sob o véu da vida.
Rancor que explode em grande abstração,
Em flanco pudor ressentido à amplidão.
Vago sorriso, segregando a alma em flor,
Suspiro contido, pulsam as dores, a cabeça, o abdómen.
Sugo o ar em constante asfixia, escapa um suor,
Revolta e explode, suga, indigna e as vozes somem.
Quem há de livrar, salvar, libertar, me confortar?
Alma idigna, fauta. Nódoa impassivel, voraz...
Sobre este peito a quimera impura, óh solidão!
Extrei-se do vento o pólen e chove. Torrencialmente.
Em mim chove. Choverá imensamente hoje.
"Choverei", a alma débil em meu corpo, lentamente...
07.12.09