AMOR: SÓ UMA VEZ!

Eu não discuto mais com a realidade e não debato com as forças do destino;

Quando eu era menino talvez pudesse, mas hoje a vida é muito diferente;

Todos os dias ela mata um pedaço da gente e faz nascer um sonho peregrino;

Enquanto aquele outro vai diminuindo, até que o seu ocaso se apresenta concludente!

Tal como as velhas fotos suplantadas pelas traças de um passado;

O corpo já surrado desiste de lutar com essa dor pontiaguda da saudade;

Engole a seco o suco amargo da realidade e aceita a hora de secar tudo que tem chorado;

Porque daquele mundo azul e tão apaixonado só lhe ficou o frio recado da impossibilidade!

Não há mais nada a se comemorar e a festa do amor já desarmou as suas tendas;

Se escorria mel por suas fendas, agora lágrimas tomaram o seu lugar;

Talvez pra lhe ensinar as grandes dores escondidas em emoções pequenas;

Gotificadas em desesperançadas feições serenas que agora moram no olhar!

Lhe disse adeus todo o conjunto emocionado de razões juradas;

Mudaram de estradas e decidiram dar as costas a quem já deu o coração;

Ficando uma patente sensação de que a desilusão se dá por punhaladas;

Que em nossas almas são cravadas com a mais determinada precisão!

Se for assim, e sei que é, que seja para sempre;

Pois quando morre uma semente, é que outra vida vai nascer;

Talvez eu possa te esquecer, talvez outra paixão me invente; Incomparável certamente, pois nada eu posso amar igual você!

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