Morte atada
Hoje me deitei com a morte
A perseguida pela vida a fora
Estava ali ereta e suprema.
Era o macho de vontades
Levanta-me as saudades
Descascando feridas suspensas.
Na escuridão do tempo
As pessoas vertem-se
Por qualquer motivo?
Entre abismos de corpos
A vida tão amorfa?
Blasfeme o gozo desfeito!
Atormente a vaidade,
Desrespeite a insanidade,
Assuma riscos a eclodir!
Irradia versos evaporados,
No tumor atado ao corpo que deseja,
A idade é presença superada.
No amor acostado que arde,
A gosma que alimenta,
A morte dorme sem sono
E atormenta.
Diana Balis, nem todos os dias serão felizes. Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 10.