Robotizado

Robotizado escuto,

falo,

não me entendem.

Percebo e não me escutam.

Não entendo.

Por fora, sempre alegre, sorridente,

se me notam em indiferença,

cobram.

Esquecem que por dentro,

tenho vida, emoção.

Prisioneiro de todos...

Amargura é a cara da tristeza.

Pequenas memórias

velhas e sempre as nossas,

aquelas, inesquecíveis e abrigadas.

Tuas e minhas.

Mesmo assim sempre cobranças...

Sempre escravizado.

Moral, moral ... qual moral!

Isto se torna fácil e convincente

para quem tem o dom dos vocábulos fortes

muito altos porém vazios, aqueles,

que não aceitam respostas.

Isto dá consistência

dá peso,

mesmo que sejam instrumentos vazios,

mas que acabam ecoando

para aqueles que desconhecem.

Palavras convincentes

para quem vê só o presente

que não vê por onde anda

ou muito menos o que fez

e a quem pisou os anseios...

Cativar é fácil,

Conquistar é difícil

Tolerar desavenças tem seu limite.

Os sentimentos não sem mostram

se sentem. Isto já é mais do que encanecido.

Existem outros jeitos.

Pena que só as vê sob algumas configurações,

romantizadas e cinematográficas.

em representações apaixonadas,

em pura mentira e que ainda dá escritos.

Escravizados não falam,

Ficam amordaçados, ficam ocultos,

robotizados aos que ditam

mentiras românticas.

18/10/2009

P. Gomes

P Gomes
Enviado por P Gomes em 17/01/2010
Reeditado em 17/01/2010
Código do texto: T2035230
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