Espelho
Pois aqui ainda estou.
Olhos caídos no mundo.
Diante de mim os escombros,
E restos da humanidade...
Traz a chuva
Um sabor amargo,
Desfazendo o humano orgulho
Em leve tempestade...
O veneno da lua
Me faz ver estrelas,
Sentindo a tristeza do vento
Em pagar por sua própria liberdade...
A noite torna-se infinita,
Como eclipse eterno...
Sombra de ódio e rancor,
Que esconde em seu próprio peito
A sagrada maldade.
Faz parte do seu mundo seco
O medo da vida.
A mesma vida que te entrega o amor
E grita, no leito
De sua solitária brevidade...