DOLOROSA SAUDADE

Virei-me na cama, o braço tateando

à tua procura...mas já não estavas,

encontrei apenas o exalar do teu perfume

fluindo suavemente do travesseiro

Foste, como vão as estações do ano

e em cada espaço do apartamento

ficaram traços de tua doce passagem

que iluminou essa minha vida inútil

Por que as águas do rio tem que correr?

Por que o sol necessita adormecer?

Por que o tempo não tem intervalo?

Por que o amor às vezes é derrotado?

Não estavas mais ao meu lado à aurora

e naquele instante a vida me deixou

desaparecendo o ar que eu respirava

apagando o brilho dos meus olhos

Não contive o escorrer das lágrimas

nem pude desencontrar-me da dor

o sentido do que havia não mais era

o desejo do meu existir virou nada.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 09/01/2010
Código do texto: T2019202
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