SOB A SOMBRA DOS MEUS VERSOS

Na calçada carcomida por meus passos,

No limbo a verter por minhas demoradas lágrimas,

Vejo as folhagens caídas apodrecendo.

Nas sombras dos meus versos,

Na úmida e já pálida rima,

Estou a recordar o brilho dos teus olhos.

Sob as grades que me cercam,

Vejo as ferrugens a mostrar a possibilidade da fuga.

O portão entreaberto, e sua corrente já sem cadeado,

Convidam-me a buscar novos horizontes.

Espio, de forma tímida, o outro lado da vida.

Mas, sei que estás longe.

Talvez onde estejas o sol brilha, pelo reflexo dos teus olhos.

Mas, onde estou o céu se faz cinzento,

E um vento frio faz me voltar para dentro de mim.

E andando sob as sombras dos meus versos,

Volta a pisar a calçada carcomida do meu passado,

E continuo a recordar...O brilho dos teus olhos.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 08/01/2010
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T2018970
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