SOB A SOMBRA DOS MEUS VERSOS
Na calçada carcomida por meus passos,
No limbo a verter por minhas demoradas lágrimas,
Vejo as folhagens caídas apodrecendo.
Nas sombras dos meus versos,
Na úmida e já pálida rima,
Estou a recordar o brilho dos teus olhos.
Sob as grades que me cercam,
Vejo as ferrugens a mostrar a possibilidade da fuga.
O portão entreaberto, e sua corrente já sem cadeado,
Convidam-me a buscar novos horizontes.
Espio, de forma tímida, o outro lado da vida.
Mas, sei que estás longe.
Talvez onde estejas o sol brilha, pelo reflexo dos teus olhos.
Mas, onde estou o céu se faz cinzento,
E um vento frio faz me voltar para dentro de mim.
E andando sob as sombras dos meus versos,
Volta a pisar a calçada carcomida do meu passado,
E continuo a recordar...O brilho dos teus olhos.