FUGA... ADIANTA?
Vento fustigando, impiedoso,
o corpo frágil vergando
assemelhado ao furacão.
Constatações tristes
que abalam minha alma.
Se errei, não lembro,
o véu encobre a existência,
premida estou pelo sofrer.
Busco, insanamente, responder
mas a resposta esbarra no esquecer.
Porque me dói assim o coração
na certeza de amar,
vida sem brilho e eu tenho tanto.
Calada vou, tenho que ir,
imperioso é o prosseguir.
Estrada longa, pedregosa,
a cada passo lágrimas caindo
molhando o chão.
Poeira levantando
ferindo os olhos, machucando.
Vou para londe, penso as vezes,
desaparecer na triste realidade,
desintegrar no ar, não estar aqui.
Mas logo penso e a razão me diz
não vai adiantar fugir!