RECANTO DAS LIRAS!

Eu sou o suposto de mim-mesma

Entre mim e mim

Há grandes diferenças

Eu sou o treme das minhas lágrimas

Eu sou a distância do meu coração

Sou meus desejos assolados

Sou a dualidade de mim

Que busca o recanto da lira

Em todas as madrugadas

Sou o que sou

Na nitidez que me cega

De uma viagem metafísica e carnal

E estar sobrevivente de mim mesma

Ao buscar o autismo que não vai embora

e que tenta muitas vezes ser diferente

O que fui nas partidas

O que fui nas músicas originais

Somam os meus dias

Não tocam a lira perfumada

Deixada no seu canto abandonada

À espera do toque perfumado

Que aproximará em cânticos

as notas musicais

E revelerá a noite inteira do poeta

O autismo é toda manhã consumida

Como um sol imóvel

E lira não banhada

Pelos acordes musicais

Oh! Meu Deus

Virei a minha própria experiência

Tudo o que mais me uniu se desandou

E a minha felicidade não consegue suportar,

nao consegue procurar

o recanto e o canto das liras

E resistir ao inexorável!

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 03/01/2010
Reeditado em 03/01/2010
Código do texto: T2008829
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