RECANTO DAS LIRAS!
Eu sou o suposto de mim-mesma
Entre mim e mim
Há grandes diferenças
Eu sou o treme das minhas lágrimas
Eu sou a distância do meu coração
Sou meus desejos assolados
Sou a dualidade de mim
Que busca o recanto da lira
Em todas as madrugadas
Sou o que sou
Na nitidez que me cega
De uma viagem metafísica e carnal
E estar sobrevivente de mim mesma
Ao buscar o autismo que não vai embora
e que tenta muitas vezes ser diferente
O que fui nas partidas
O que fui nas músicas originais
Somam os meus dias
Não tocam a lira perfumada
Deixada no seu canto abandonada
À espera do toque perfumado
Que aproximará em cânticos
as notas musicais
E revelerá a noite inteira do poeta
O autismo é toda manhã consumida
Como um sol imóvel
E lira não banhada
Pelos acordes musicais
Oh! Meu Deus
Virei a minha própria experiência
Tudo o que mais me uniu se desandou
E a minha felicidade não consegue suportar,
nao consegue procurar
o recanto e o canto das liras
E resistir ao inexorável!