Invenção: Amar.

Fui inventor de sentimentos dentro de mim.

Criei um rosto, um perfume e uma voz.

Modifiquei o tom, recriei palavras e sentí o doce sabor.

Exagerei na emoção, fiz carinhos de sobremesa... me entreguei!

Inventei um verbo amar.

Era sublime, forte, cheio de corpo e alma.

Tão leve que me levantava às nuvens...

Tinha um cheiro de mato verde, de chuva, de coisas boas.

Eu inventei sim!

Ninguem mais sabia amar dessa maneira...

Uma mistura de nostalgia e o presente.

Uma loucura serena.

Um desejo ardente, que acalmava o coração.

Eu inventei um modo de amar.

E amei...

Sonhei.

Viví...

Chorei!

Do nada minha invenção parou.

Não mais circulava em minhas veias,

Me pediu um tempo.

Um amor sem tempo?

Um amor com tempo?

Um tempo para o amor?

Dar um tempo.

Não tenho mais tempo!

Eu só queria mais um tempo para ser feliz...

Com esse amor, que inventei!

Vidigal Barbosa
Enviado por Vidigal Barbosa em 31/12/2009
Código do texto: T2004288