Velho
No auge dos meus vinte e poucos anos
Vejo-me inerme em minha cadeira
Enraizado como planta, condenada
Em sua frondosa impotência a ver o passar dos séculos
Estagnada num ressequido charco,
Rodeado pelos antropomórficos vermes
Com seu tétrico séquito
Sendo afagada pelos abrasivos ares!
Tal qual árvore, espero que o findar dos dias
Leve consigo minhas plásticas alegrias
Mortas num tempo que nem sei mais
Se realmente passou, ou se minha mente
A mentir para mim quis me ver contente,
Mas toda alegria passa, ficando apenas o vazio e a dor!