A Equação


A mão move-se lentamente,

Conduzindo a caneta, diligente!

O pensamento, á velocidade da luz,

Busca ideias que a todos seduz!


E eu, jazendo aqui, indiferente,

Vou procurando a equação,

Que explicará finalmente,

Do meu desânimo uma razão!


Não traíste, estou consciente,

Estou certa, de certa estar,

Mas, como explico eu isso,

E digo ao coração, p'ra parar?


A lágrima teima em descer,

Numa torrente, qual rio,

Mas eu retenho-a, a valer,

E em vez disso, sorrio!


Engano-me esforçosamente,

Evitando sempre a comoção,

Mas de que serve a mentira,

Viver em meu coração??


Temo por mim a má Sorte,

De não saber distinguir,

Entre Amizade, Amor ou Ódio,

E de mim própria fugir!


Da infância nada me resta,

Da juventude, tudo se foi...

De mim, sobra o que não presta,

E essa realidade corrói!

Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 23/07/2006
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T199864
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.