DESILUSÃO INFANTIL

Eu era criança naquele tempo inocente

Que a gente nem sente que um dia viveu.

E foi bem nesse tempo, quando o ano acabou

Que a vida me ensinou a lição que mais doeu.

No meu sonho infantil, doce como favo de mel,

No Natal sempre existiu a expectativa da chegada

Daquela visita esperada do querido Papai Noel.

O sapato, na janela eu colocava

Prá esperar o bom velhinho.

E bem cedinho encontrava

Com alegria o brinquedinho.

E eu percebia entusiasmada

Que ele comia a rabanada

Que eu deixava no pratinho.

Eu não posso esquecer

O tamanho da alegria,

Quando logo ao amanhecer,

Meu presente eu recebia.

Mas, como foi triste o dia.

Como doeu meu coração...

Foi então que a alegria

Transformou-se em desilusão.

Ao saber que nunca existira,

Que tudo aquilo era mentira:

Papai Noel era uma invenção!

(Lenir Moura)