ERA LINDO VAGAR SEM ME ENCONTRAR
Meu mudo olhar era cúmplice
E alimentava minha loucura.
O tempo sempre parava
Para contemplar minhas desilusões.
Era nômade, nunca tinha destino.
Cansei de esperar por mim.
Quando decidi mudar o traço,
Dei a volta por baixo
E vibrei com o desmantelo infindo
Que sempre premia a queda.
Apurei os tímpanos e ouvi
Uma nota fúnebre que incomodava,
Mas era a única música que restava
E se infiltrava em meu coração
Disseminando uma histeria
Capaz de animar minha insanidade.
A estranha vivacidade desnuda
Conduzia-me a lugares difusos.
Não importava onde estava,
O infinito era a próxima curva
De uma saudade qualquer.
Eu estava delirando nas trevas
E não tencionava aclarar a caminhada.
Olhei para o céu e zombei
Do horizonte tingido de chuva ácida.
Fechei os olhos, abri os braços
E mergulhei no vazio da vida,
Acompanhado por minhas desilusões.
Planei, espiando o colapso cósmico.
Era lindo vagar sem me encontrar.
A disritmia de meus batimentos
Anunciava o previsível fim.
Feliz, zanzei pelo vale da morte
Tentando me desorientar.
Abalroei um dragão sonolento
Tatuado com o nome Jorge.
Enciumado, o vento soprou minha alma.
Mais uma vez, contrariado, fechei os olhos,
E não me encontrei dentro de mim.
Senti-me feliz por estar fora da vida.
Num ímpeto, mordi a orelha esquerda
E sorri maravilhado triturando a cartilagem.
Mas, minha doce loucura não seria infinda.
Pesaroso, pressentia que a maldita lucidez,
Voltaria para me encarcerar novamente.
Meu mudo olhar era cúmplice
E alimentava minha loucura.
O tempo sempre parava
Para contemplar minhas desilusões.
Era nômade, nunca tinha destino.
Cansei de esperar por mim.
Quando decidi mudar o traço,
Dei a volta por baixo
E vibrei com o desmantelo infindo
Que sempre premia a queda.
Apurei os tímpanos e ouvi
Uma nota fúnebre que incomodava,
Mas era a única música que restava
E se infiltrava em meu coração
Disseminando uma histeria
Capaz de animar minha insanidade.
A estranha vivacidade desnuda
Conduzia-me a lugares difusos.
Não importava onde estava,
O infinito era a próxima curva
De uma saudade qualquer.
Eu estava delirando nas trevas
E não tencionava aclarar a caminhada.
Olhei para o céu e zombei
Do horizonte tingido de chuva ácida.
Fechei os olhos, abri os braços
E mergulhei no vazio da vida,
Acompanhado por minhas desilusões.
Planei, espiando o colapso cósmico.
Era lindo vagar sem me encontrar.
A disritmia de meus batimentos
Anunciava o previsível fim.
Feliz, zanzei pelo vale da morte
Tentando me desorientar.
Abalroei um dragão sonolento
Tatuado com o nome Jorge.
Enciumado, o vento soprou minha alma.
Mais uma vez, contrariado, fechei os olhos,
E não me encontrei dentro de mim.
Senti-me feliz por estar fora da vida.
Num ímpeto, mordi a orelha esquerda
E sorri maravilhado triturando a cartilagem.
Mas, minha doce loucura não seria infinda.
Pesaroso, pressentia que a maldita lucidez,
Voltaria para me encarcerar novamente.