A LÁGRIMA AMORTALHADA


Jáz retida dentro do peito,

A vontade da partida!

Permaneço, neste meu jeito,

Numa instância indefenida!


Não sei se fico ou se vou,

Nem se busco ou perco tudo!

Desgosto-me do que eu sou!

Acomodo-me e nada mudo!


Eu quisera ser banal,

Despreocupada, isso sim!

Fazer da vida um carnaval,

E não sofrer tanto assim!


Até a lágrima me evita,

Até ela me despreza,

Só minha sombra me visita,

Quando m'encontro indefesa!


Por favor, lágrima flui!

Sai do meu peito sofrido,

faz-me ser o que não fui,

chora por mim, eu não consigo!



Lava-me o rosto da poeira,

Que o Vento da Vida, lançou!

Escuta a prece derradeira!

Desta alma, que se findou!

Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 22/07/2006
Reeditado em 21/05/2010
Código do texto: T199266
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