Tempestades de amor

Tempestades de amor.

Posso ver o céu escurecer.

Sentir a ventania me envolver.

Ouvir as nuvens trovejantes.

Os raios incandescentes.

E o gosto amargo da água.

Que caí lá do céu.

São enchentes.

É muita gente.

Que a beira do abismo.

Fica a esperar.

Sem sequer poder sair do lugar.

Ilhadas a correntezas.

Fortes, impiedosas.

Ocupando todo o lugar.

São carros.

Móveis.

Animais e pessoas.

Que se afogam.

Lutam, mas nem todos.

Conseguem ganhar.

Sofrimento, tristeza.

Destruição.

É o que deixa a tempestade.

Que alguns a chamam de amor.

Mesmo sendo a dor.

Muito maior que sua razão.

(Armando)