Eu falava de Deus

Eu falava de Deus

como quem pede...

talvez implore ou se dedique

falava como quem

pede o que não sabe

de Deus o que se esquece

e aparece de repente...e do nada

Falava...de Deus

o que não se vê

ou se quer se entende...

Falava gemendo, fremindo...pintando

a tintas de sangue o que não se sabe

Falava de Deus, e não sabia ao certo

o que falar signicava...

Falava com tintas, tingidas no Cristo

crucificado com um olhar vítreo

ás vezes gélido e mudo...

tão ao meu alcance para ser Deus

Falava no choro hiperbólico de criança

que acredita n'algo, não...

não somente algo, mas um indefinido

que se sente...ao falar de Deus

que não se conhece...mas...não se sabe

e não sei porque...ainda falo de Deus

e o vejo crucificado...não morto

mas vítreo, estático e falo, de Deus

eu falo....