A TROCA

Um corpo,

Em seu último gole de sanidade,

Derrama sobre o tapete,

O tom escarlate do fim.

Vejo-me deitado,

Afogado em vinho.

Sobre o leito de minha morte,

Vaga minh’alma libertada.

Vago por um mundo sombrio,

Sem trevas, nem luz.

A solidão talvez seja esse vazio,

Ou nesse vazio em que me encontro eu sinta a solidão.

O silencio é quase gritante.

As poucas vozes que ouço são soluços.

Se me perguntar o que fiz,

Apenas troquei com a morte,

A vida morta que eu vivia.

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 14/12/2009
Reeditado em 14/12/2009
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