Caminho escuro
Percorro um doce jardim estio,
Ando por um deserto florido,
Ando por ruas distraído
Esperando encontrar o acaso,
Um encontro, um sorrir escasso,
Nos braços de um amor desvario...
Já sinto as pernas fraquejando,
São árduas as estradas vãs
De todas minhas paixões pagãs...
Ando num deserto esquecido...
...Peito de pedra adormecido...
Sonhos que vivo desejando
Por longas tardes que se passam
No silêncio de um pensamento
Que em esperanças me alimento
Na espera do que já é passado...
Do teu outono fui privado,
Tristes invernos me restaram...
Caído no poço da auto-aversão
Em fragmentos de amor e de orgia
Do fragor que do corpo aspergia
Vejo apenas os prados vazios
Caminhos cada vez mais ínvios
São percorridos na escuridão...