ERRO AMARGO (LICIA FALCÃO )
Andando pela cidade,
Passei por muita gente.
Mas alguém cruzou comigo.
Com face de poucos amigos.
E sobra de infelicidade.
Seu rosto era sofrido.
Sua roupa toda rasgada.
Nem lembrar disso consigo.
Sem comigo ficar frustrada.
Por não ter lhe socorrido.
A cena ficou em minha mente.
A dor no meu coração.
Por quê me fiz de descrente.
Deixei passar meu irmão,
Sem lhe estender a mão?
Talvez nada quisesse além,
De uma palavra amiga.
Contar que não tem ninguém,
Falar da sua fadiga,
E porque sofre desdém.
Meu Deus, seus olhos não esqueço.
Seu corpo magro, sua consternação.
Por quê essa dor eu padeço?
A mim mesma não reconheço.
Por não ter lhe dado compaixão!
Licia Falcão Rodrigues da Silva. Tags: