AMARGURA
Quando, sob o sol do meio dia
eu chovia águas de ontem
acidas, aviltantes de espírito
quando faminto de amor
comi restos de incerteza
acompanhando, bebi tristeza
garfadas lentas e fatídicas
quando só, vesti-me de preto
para velar meu cadáver
também lento em sua morte
quando a sorte não me via
em agonia
eu busquei outra porta
e ela me batia a face
e a face já não era minha
quando for talvez amanha
eu não veja o sol
nem a chuva
nem a vida