AMARGURA

Quando, sob o sol do meio dia

eu chovia águas de ontem

acidas, aviltantes de espírito

quando faminto de amor

comi restos de incerteza

acompanhando, bebi tristeza

garfadas lentas e fatídicas

quando só, vesti-me de preto

para velar meu cadáver

também lento em sua morte

quando a sorte não me via

em agonia

eu busquei outra porta

e ela me batia a face

e a face já não era minha

quando for talvez amanha

eu não veja o sol

nem a chuva

nem a vida

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 12/12/2009
Código do texto: T1973650
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