poema da revolta

Depois do trabalho,

Chuva no retorno a casa:

Mais um amor perdido.

Converso com o taxista-

Obstinado guerreiro do cotidiano,

Com sua visão pragmática da vida,

Suas preocupações e teorias sobre

A pluviosidade da capital.

O coração em pedaços,

A raiva nos dentes,

Procuro pensar em escapatórias

do sofrimento- enquanto meu chofer

dribla o engarrafamento.

Passamos pela Basílica, uma réplica

de São Paulo Extra Muros de Roma:

que estarão pensando as pessoas na

parada de ônibus lotada e desprotegida?

Dos colégios saem os adolescentes para

a alegria da noite... e eu vou para casa, para o colo da insônia

e para a terrível perspectiva de um feriado.

E agora, pela manhã, escrevo um poema

De revolta.

Ouvir Leonard Cohen me ajuda um pouco:

Aleluia!

Filicio Albara
Enviado por Filicio Albara em 08/12/2009
Código do texto: T1966584
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