poema da revolta
Depois do trabalho,
Chuva no retorno a casa:
Mais um amor perdido.
Converso com o taxista-
Obstinado guerreiro do cotidiano,
Com sua visão pragmática da vida,
Suas preocupações e teorias sobre
A pluviosidade da capital.
O coração em pedaços,
A raiva nos dentes,
Procuro pensar em escapatórias
do sofrimento- enquanto meu chofer
dribla o engarrafamento.
Passamos pela Basílica, uma réplica
de São Paulo Extra Muros de Roma:
que estarão pensando as pessoas na
parada de ônibus lotada e desprotegida?
Dos colégios saem os adolescentes para
a alegria da noite... e eu vou para casa, para o colo da insônia
e para a terrível perspectiva de um feriado.
E agora, pela manhã, escrevo um poema
De revolta.
Ouvir Leonard Cohen me ajuda um pouco:
Aleluia!