RASTROS ETÉREOS
Em certa ocasião eu fui te procurar nas linhas do infinito;
Segui os rastros de um sol bonito e mergulhei nos oceanos;
Passados dias, meses e anos, enfim me deparei com teu sorriso;
Estava desenhado num paraíso de encantos praianos!
Nas ondas pude contemplar uma porção de teu olhar pranteador;
Lavrando um verso de amor nas enseadas do sonho concreto;
Eu era um versículo incerto bailando sobre as veredas do esplendor;
Que a paisagem transformou no dolorido dissabor de um deserto!
Corri desesperado para alcançar a nuvem que te roubava;
A densa tempestade era eu que chorava, o meu soluço era trovão;
E te escondeu algum injusto verão n’algum aluvião que não se avistava;
Porque não me amava e a outro céu doava as asas de seu coração!
Nas quatro estações ainda eu te procuro;
E em meu caminho escuro vou vasculhando as dimensões;
Não peço as sensações das emoções que nem mensuro;
Apenas eu te juro que nunca me curo de te ver nas minhas alucinações!
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