MENTIRAS
Eu nunca ti vi assim, sem calor e sorriso cristalizado
Isso preocupa o menino que agora se manifesta
Não sei como lhe dar com o sofrimento
Ele é um mistério doloroso, triste e maldoso
Não quero um teste desses
Vou correr pra bem longe e mergulhar no lago da morte
Não a morte final, mas aquela que encontro no gim
Minha idade agora não condiz com a experiência que fingi ter
Sou frágil como a louça da antiga cozinha
Homem, mas não guerreiro como Lancelot
Nem rei como Arthur, apenas um simples mortal
Prometa não me pedir que fique ao seu lado
Eu suplico, não quero carregar esse fardo
É demais para meus ossos cansados
Talvez eu não a ame, talvez eu seja um covarde
Talvez apenas esteja com medo da nova verdade
Mas nada posso dizer além de nada dizer
Você somente me ensinou o amor
Nunca me apresentou a tristeza
Somente conheço o prazer e o gozo ao seu lado
Não vem agora me criticar por ser ignorante na dor
Eu lamento, porém nada poderei fazer
Nesses termos deixo sua cama
E também abandono seu coração
Seu corpo e sua alma
Todos malditos manipuladores de meu eu
Sendo assim, lhe digo com desgosto
Jamais poderias mentir
Após todos os momentos
Não deverias mentir
Isso eu não aceito
Chorarei como uma pedra
Sem lágrimas e paralisado
E suas palavras jamais serão de amor novamente
Serão falsas e falaciosas
Mas nunca verdadeiras