NO MEIO DA NOITE

Depois de reprimida,
Pelos queridos entes,
Ela saiu escondida
No meio da noite quente,
Sentia-se perdida,
Completamente,
No seu eu complexo,
Adolescente,
Envolvida pela decepção,
Ela bem que tentou,
Mas, o desejo foi mais forte,
E se entregou,
Ao contacto, ao sexo,
Ao cheiro masculino,
Carente – paixão ardente,
Na velocidade do prazer,
Talvez, antes da hora,
Brincou com o destino,,
Ausente de responsabilidade,
(Coisas da tenra idade),
Agora ela chora,
Solitária na escuridão,
Sem sul, sem chão, sem norte,
Descompassado coração,
Sem saber o que fazer,
Com o ser cristalino,
Que carrega no ventre,
Agora, ela descrente,
De si, de todos, de tudo,
Entristece a poesia,
Rascunha a alma vazia,
Com um verso torto,
Quebra o instante mudo,
Com o absurdo,
Da palavra aborto.