Nunca mais...

 

Queria entender tudo que está no ar,

Porque rosnam contra mim os animais cruentos,

Por ventura há culpa no amar,

E neste instante quem pode me julgar?

 

Quem consegue aquieta-se de seus próprios tormentos,

E viver, amar e maldizer aquilo que lhe dá alento?

Eu não, mas desfiz-me deste amor revelado e em cartaz,

E me pus a te amar em silêncio, assim talvez tenha paz.

 

E te dê paz ainda que seja assim, vivendo na

Desesperança desta vida que de mim rouba o vigor,

Desde que percebi contra mim seu sentimento,

Numa guerra obscura e fria, ódio e ódio contra o amor.

 

Finjo não ver nem perceber sua presença,

E vivo contigo todos os dias na tua ausência,

Sinto, mas não é verdade a verdade que vejo,

Devo me calar diante de ti mantendo a aparência.

 

Na harmonia de um amar para viver,

Musa cerne não pode perder aquilo que nunca foi seu,

Jogo a tolha. Saio da tela deixo em cena aquele perdeu,

Infinda batalha desonrosa a honra será daquele que morreu.

 

Que fique em paz aquele que me tira a paz,

Que fique comigo que seja um amigo a mais,

Suportarei teu silêncio a ausência que esta vida me traz,

E por amor perco e venço a guerra, sigo sem o premio,

 

Mas guerrear por amor nunca mais... Nunca mais