Queria entender tudo que está no ar,
Porque rosnam contra mim os animais cruentos,
Por ventura há culpa no amar,
E neste instante quem pode me julgar?
Quem consegue aquieta-se de seus próprios tormentos,
E viver, amar e maldizer aquilo que lhe dá alento?
Eu não, mas desfiz-me deste amor revelado e em cartaz,
E me pus a te amar em silêncio, assim talvez tenha paz.
E te dê paz ainda que seja assim, vivendo na
Desesperança desta vida que de mim rouba o vigor,
Desde que percebi contra mim seu sentimento,
Numa guerra obscura e fria, ódio e ódio contra o amor.
Finjo não ver nem perceber sua presença,
E vivo contigo todos os dias na tua ausência,
Sinto, mas não é verdade a verdade que vejo,
Devo me calar diante de ti mantendo a aparência.
Na harmonia de um amar para viver,
Musa cerne não pode perder aquilo que nunca foi seu,
Jogo a tolha. Saio da tela deixo em cena aquele perdeu,
Infinda batalha desonrosa a honra será daquele que morreu.
Que fique em paz aquele que me tira a paz,
Que fique comigo que seja um amigo a mais,
Suportarei teu silêncio a ausência que esta vida me traz,
E por amor perco e venço a guerra, sigo sem o premio,
Mas guerrear por amor nunca mais... Nunca mais