Retranca para quando eu morrer
Quando morrer não vou lembrar
de quem sorriu do que não fui,
nem faço gosto ou até questão
(pra quem está morto nada influi);
não vou lembrar do não vivido,
nem quero domar meu sentido,
como um ninguém que quer dormir
entre os cacos de um tempo vago
– negra sombra de algum faquir –,
que olha pro vivo e encontra lá
alguém já morto em seu lugar!
Quando morrer não vou lembrar
de quem sorriu do que não fui,
nem faço gosto ou até questão
(pra quem está morto nada influi);
não vou lembrar do não vivido,
nem quero domar meu sentido,
como um ninguém que quer dormir
entre os cacos de um tempo vago
– negra sombra de algum faquir –,
que olha pro vivo e encontra lá
alguém já morto em seu lugar!