Retranca para quando eu morrer

Quando morrer não vou lembrar
de quem sorriu do que não fui,
nem faço gosto ou até questão
(pra quem está morto nada influi);

não vou lembrar do não vivido,
nem quero domar meu sentido,

como um ninguém que quer dormir
entre os cacos de um tempo vago
– negra sombra de algum faquir –,

que olha pro vivo e encontra lá
alguém já morto em seu lugar!