Vestuário de mágoas
No compasso do peito sinto,
A batida da saudade que fez morada,
Que infringiu a rebeldia do tempo
Se perdendo no espaço;
Doeu, fiquei só,
Tão só que mesmo a solitude
Trajava-se de mágoas.
Fiquei ninguém,
Sem saber a quem,
Um amigo a recorrer.
Então fiquei noite,
Negro, em brasa...
Farol de barra apagado,
Sem estória, nem passado.
Então fiquei eu,
Absoluto nas resoluções,
Único nos distúrbios,
Soberano e orgulhoso,
Enfim um empresário
Desta fábrica dos subúrbios,
Com vasta mercadoria de emoções,
Exportando mágoas, dores
E um fardo pesado de decepções.