Amar dói demais!
Queima como brasa acesa numa ferida aberta
meu estômago,
sinto um vulcão em labaredas dentro de mim
devorando-me inteira.
O chão de novo se partiu numa imensa cratera
o deserto está mais seco que outrora,
vago em busca de poça de água barrenta
e não vejo nada,
só uma imensa estrada seca,
se foi novamente e novamente estou aqui com essa ausência monstruosa,
o rumo certo se foi neste labirinto,
partiu em vários pedaços a taça de minha alma,
sinto-me num vale escuro, sombrio, assustador!
Não cometerei o suicídio,
nem estarei a me embebedar em mesas de botequim
extravasarei toda dor e angústia em contos,
crônicas e poesias
enquanto vago só, neste sombrio deserto
neste vale submerso em tédio e agonia
não quero nenhuma explicação
para o óbvio,
amar dó demais!