Poema de água e vinho

Faço poemas

como água,

como quem esconde a mágoa,

como quem soma e subtrai,

faço poemas

como quem atrai,

como quem trai

e arma alibis

para fugir da cilada.

Faço poemas

como vinho,

como quem vive sozinho,

como quem foge e procura,

faço poemas por loucura,

por querer viver

e correr o mundo,

caindo no absurdo do submundo.

Faço poemas

como água e vinho.

Faço poemas

pela mágoa de viver sozinho.

1992

Marcos Horto
Enviado por Marcos Horto em 18/11/2009
Código do texto: T1930673