Elegia de Uma Vontade
Teu cheiro
Paira ainda no ar...
Perde-se na infinidade das horas
Sufoca no calor
Como eu parei na estrada dos teus sonhos,
Fiz questão de esquecer o que olhar:
A selvagem saudade que transaformei
Em obediente guarda armada
Meu pranto
Escorre ainda nos pés...
E fecunda a eternidade das horas
Cai sem calor
E ergue templo horrendo no sol-posto
Fiz menção de não lembrar que tenho olhos
Para não ver no que me transformei:
Uma selvagem luta armada
O que te sinto
Morre ainda, talvez
Tudo um dia vira claridade
E sucumbe à cor do fogo
Explode no infinito do universo
E faz do universo sua casa
Para ver no rosto o que mudamos:
Cicatrizes nos lábios contraídos