Elegia de Uma Vontade

Teu cheiro

Paira ainda no ar...

Perde-se na infinidade das horas

Sufoca no calor

Como eu parei na estrada dos teus sonhos,

Fiz questão de esquecer o que olhar:

A selvagem saudade que transaformei

Em obediente guarda armada

Meu pranto

Escorre ainda nos pés...

E fecunda a eternidade das horas

Cai sem calor

E ergue templo horrendo no sol-posto

Fiz menção de não lembrar que tenho olhos

Para não ver no que me transformei:

Uma selvagem luta armada

O que te sinto

Morre ainda, talvez

Tudo um dia vira claridade

E sucumbe à cor do fogo

Explode no infinito do universo

E faz do universo sua casa

Para ver no rosto o que mudamos:

Cicatrizes nos lábios contraídos

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 16/11/2009
Reeditado em 03/07/2013
Código do texto: T1926752
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