Tristeza nunca mais
Tristeza nunca mais
O relógio na parede
engolia o tempo.
Era pequeno,
e incansável ,
seu tic-tac era irritante.
A tristeza demolia
minhas forças.
Mal sentia
o pulsar do sangue
em minhas têmporas.
Na sala o pequeno lampião
era o único cúmplice
da minha noite, insone e vazia.
Cada lágrima por mim derramada,
A sua chama oscilava, parecia querer
demolir a minha dor.
Olhei-me no espelho,
vi meu rosto transformado,
tenso e desfigurado.
A noite parecia infinda...
E ao raiar o dia,
os primeiros raios do sol
encheram-me de energia.
Num esforço desmedido
briguei com o meu “eu”,
já não fazia mais sentido
rasgar o peito
nem sangrar meu coração!
Tristeza? Nunca mais!
Diná Fernandes