ECOS
Sem amor e sem esperança
Lancei-me ao mar,
Mergulhar era preciso.
Porém não consegui
Meu coração acalmar.
Molhada e trêmula,
Deitei-me na praia,
Veio a luz do sol
Prá me afagar.
Era o carinho
Que me restava,
Saldo de uma vida
Que desandava.
Exausta adormeci.
Ao som de uma voz
Que vinha do vento,
Estremeci.
Acurando o ouvido,
Percebi
O que ela dizia:
"Voooolta, ainda te amoooo"!
Resolvi ir andando
Ao sabor do sol
E do vento
Buscando alento.
A voz insistia:
Voooooolta,
Voooooolta!
Então entendi:
Eram ecos
Do meu pensamento.