TUDO É DOR

Desejei o esplendor,
Existente nas miragens,
Risquei a folha de papel,
Busquei imagens,
Em paisagens,
Da cor do céu,
Em tonalidades,
Que aliviassem a dor,
Abri o coração errante,
Para receber palavras amenas,
Elas passaram distantes,
Sorriram-me apenas,
Tentativas vãs,
Desfolhadas açucenas,
A dor é primogênita irmã,
Dos meus momentos,
Tenros – cinzentos,
Sem a possibilidade,
Mínima de aquarela,
É o fio da navalha,
Lentamente me retalha,
Calada - suprema,
Deixa-me sem porto,
Nada posso ante a ela,
Nem mesmo, o fazer roto,
De um poema.