OBSTINADO DESAMOR
Não quis amar meu coração e nem pensar em me inserir;
Achou por bem fingir que nada via de um muito que eu fiz;
Pra me fazer feliz teria que notar meu existir;
Porém de mim vive a fugir, deixando a minha vida por um triz!
Corou de indiferença a minha lua constrangida;
Jogou vinagre na ferida e dilatou artérias transtornadas;
Amedrontou meu sol com trovoadas, vedou todas as saídas;
E viu diminuídas minhas arritmias tão exageradas!
Forçou meu corpo a lacrimejar por sudorese;
E sustentou a tese que bem fazia em todo o mal a me fazer;
Levando meu outono a entristecer no entardecer de sua prece;
Transbordação que ainda desce pelas ladeiras do desprazer!
Olhou pro céu e não lembrou que o firmamento eu dei pra ela;
Dimensionou a chama de uma vela e nem com ela quis me iluminar;
Meu beijo lhe acariciou no banho de mar, cantei-lhe a canção mais bela;
Porém nem mesmo quis me olhar pela janela e se trancou pra não me amar!
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