Interior agreste

Hei de rabiscar, folhas malditas,

Que me tentam que me levam

Às profundezas da saudade,

Que falam do seu hálito, da sua pele.

Sei que já esquecestes, não importa.

Sou único, feito de tudo, hás, sim,

Um dia de se lembrar que existimos,

Apenas em curto espaço, vaga lembrança.

Os animais estão soltos,

Açougueiros de quartos fechados.

Feras humanas, onde amor é carne.

Que se dane o mundo e todos.

Para o inferno, tudo que me faz intranqüilo

Rispidamente perambulo pelas folhas,

Busco paz, calor, carinho em solidão.

Mas, apenas vejo trevas, afagos fictícios,

Imaginários, feitos pela mente

Que nada solidificam minha ansiedade.