Esquecimento
Caminho por noites repletas de pesares
Caminho clamando por um minuto de sono
Juntam-se a mim milhares de vazios olhares
Como eu, provando a torpeza do abandono
Deixa-me somente me abrandar no teu fulgor
Que vós deixais neste meu caminho infortúnio
De pés descalços sobre os espinhos de uma flor
Caminho nestas noites provando do exício
De morrer nos teus lábios, no olhar, no sorriso
Sim! Peno no teu desprezo, no teu silêncio...
Com o olhar num relógio de tempo impreciso
Soa luz!... Soa trevas!... E o coração desvario...
De névoa se cobre esta noite como um manto
Sobre as fontes em que lhe conservava intacta...
Vai caindo lenta no esquecimento santo
Lágrimas que vão rumando para a cascata
Do poço das amarguras onde hão de jazer
Num profundo imponente silêncio divinal,
Santo tormento! Santa saudade! Vão sofrer!
Lembrar do seu olhar do seu sorriso matinal...