Eu, o Sertão

Em mim sobram fissuras, fendas e pó.

Mas me falta sangue, frescor, brandura;

Não consigo e não posso chorar minhas lágrimas secaram e as restantes foram sugadas;

Meus rios causam inveja a qualquer modelo de passarela.

Nada em mim morre, apenas agoniza.

O meu séquito tudo sofre e vive a esmo.

De todos os elementosdo universo, o Sol é o que mais conheço.

Minha vida rastejante sempre aos tombos e sorumbática.

Meu céu é sempre azul e minhas árvores ferozes e sem vida.

Estou fora da idéia de produção do mundo.

Quiçá! o Mar seja eu;

E assim minha sina de ser isolado pela humanidade torne-se uma lembrança.

E eu, o sertão, seja sinônimo de vida.

Lú dos Santos
Enviado por Lú dos Santos em 12/11/2009
Código do texto: T1919377
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