Eu, o Sertão
Em mim sobram fissuras, fendas e pó.
Mas me falta sangue, frescor, brandura;
Não consigo e não posso chorar minhas lágrimas secaram e as restantes foram sugadas;
Meus rios causam inveja a qualquer modelo de passarela.
Nada em mim morre, apenas agoniza.
O meu séquito tudo sofre e vive a esmo.
De todos os elementosdo universo, o Sol é o que mais conheço.
Minha vida rastejante sempre aos tombos e sorumbática.
Meu céu é sempre azul e minhas árvores ferozes e sem vida.
Estou fora da idéia de produção do mundo.
Quiçá! o Mar seja eu;
E assim minha sina de ser isolado pela humanidade torne-se uma lembrança.
E eu, o sertão, seja sinônimo de vida.