DESASSOSSEGADO
Um sentimento de abandono me consome a alma
Nem mesmo a palavra mais sensata me acalma
Posso perfeitamente sentir o silêncio profundo
Inclusive no inferno escaldante desse mundo
Nesse instante de lamentações em que vivo
Sinto a solidão me cortar friamente as veias
Arrancar-me o coração pela goela sem motivo
E a tristeza me corroer em suas maléficas teias
Esforço-me com todas as forças para esquivar,
Mas as espadas afiadas cortam sem piedade
Os pulmões não resistem e param de respirar
A embriaguez nesse momento é significante
A nudez despudorada da minha cara lava a vaidade
E me faz ver a verdade de quanto sou errante.