DESASSOSSEGADO

Um sentimento de abandono me consome a alma

Nem mesmo a palavra mais sensata me acalma

Posso perfeitamente sentir o silêncio profundo

Inclusive no inferno escaldante desse mundo

Nesse instante de lamentações em que vivo

Sinto a solidão me cortar friamente as veias

Arrancar-me o coração pela goela sem motivo

E a tristeza me corroer em suas maléficas teias

Esforço-me com todas as forças para esquivar,

Mas as espadas afiadas cortam sem piedade

Os pulmões não resistem e param de respirar

A embriaguez nesse momento é significante

A nudez despudorada da minha cara lava a vaidade

E me faz ver a verdade de quanto sou errante.

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 10/07/2006
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