DEU NO JORNAL NÃO DEU
DEU O JORNAL NÃO DEU
Cabeça cheia de cachaça.
Cara cheia de mulher.
Mulher cheia de cara cheia.
Casa cheia de bebuns e beboas.
Boate cheia de "negrinhos" de cara cheia.
Boate avança nas algibeiras não tão cheias.
Saca tudo numa boa,
com a maior cara de pau,
cara vazia de vergonha...
O cara de cara cheia de mulher,
vai aliviar-se do stress,
Parar com a bronha...
Exitado procura um apartamento,
leva a puta que o explorou a noite inteira
e esvaziou a sua carteira...
(...mas ele nem sabia disso,
o garçom que o explorou,
bateu na porta, o dinheiro acabou...)
- Se quizer continuar arranja mais,
ou vai embora "rapais"...
- Que que é isso gente minha,
me levaram a grana toda,
levaram a minha rainha
na hora de desmamar a "loba"?
Fica possesso,
vira ao avesso...
Tamanho "tititi",
bêbado assim nunca vi.
Xinga o garçom sem vergonha,
assim não dá, vou voltar para a bronha?...
Não,
é a resposta para sua indagação...
Lembra da arma, um trinta-e-oitão,
empenho ele até amanhã...
Não serve, deve ser roubada...
O celular? Tamém não...
O carro fica empenhado!...Não...
O cartão?...Vamos o dinheiro tirar...
Levam-no ao caixa automático,
não consegue sacar,
não lembra a senha,
não tem saldo...
No fusca velho vão voltar.
De mão vazia,
algibeira vazia.
A intenção esvazia...
...pensa entrei numa fria...
É de novo xingado
de safado.
Não agüenta a pressão,
grita e blasfema, enerva,
sem cigarro, sem mulher, sem grana, sem erva...
Chega então próximo do garçom ladrão:
- Toma o teu preço...
...mata o safadão...
Dá-lhe a queima roupa um tiro,
entra em delírio...
Bêbado corre, tropeço,
antes de sair caí na porta do barracão...
- Safado paga teu preço.
Assim é levado o assassino,
na delegacia confessa tudo sem titubear,
... É triste meu destino.
Fazia as coisas em casa sem pagar...
Agora que paguei,
não gozei
e uma boa cana vou pegar...
(É mesmo triste e faz mal,
é mais uma estória de jornal).
Goiânia, 16 de setembro de 2009.