Sonhos da noite

Ria..Sorria..Jubila...alegra-te

é hoje a noite dos inválidos

o vento tocando o rosto pálido

e cada sensação anela-te

Um pouco de tristeza espera-te

na noite fria tudo acontece

há murmúrios, clamor e prece

e um pouco de tédio eleva-te

à todas as emoções quotidianas

e toda a agonia do torpor vazio

faz com que a carne sinta frio

fremindo por dentro a ilusão humana

E cantando, cantando os males

os medos, as angústias mais sentidas

e sabes que esta noite te intimida

e a agonia ronda a procura de olhares

Oh, mas tem tanto fel a correr

o amargo da boca é apenas o início

visto que o fim de todo precipício

requer um risco ainda a se entender

No entanto, desejas tão profundamente

correr o risco...arrisca-te, tenta

se disso tu 'alma stá sedenta

faze-o com todas as forças em mente

Não tenhas pressa, é noite serena

cada palmo desta terra estranha

é teu como as tuas entranhas

e o vento, o teu amigo, te acena

pra sentires a suavidade de vôo

e a beleza da arte em ruínas

a inexatidão de todas as sinas

e, de novo, a suavidade do Vôo...

Que vai-se, tão distante...tão distante...

serena luz da aurora chega e irradia

e noite termina, como vês, em poesia

e teu espírito continua voanda agora amante