O DESERTO


De crina ao vento,
Montada em cavalo guerreiro,
Sigo em fuga desenfreada,
numa louca cavalgada,
num deserto sombrio e cruel!

Por entre incontáveis grãos de areia,
Feitos de gentes e feições,
Tento descobrir por entre eles,
O bater dos nossos corações!

Nada oiço, nada sinto,
Para além do vento silvando,
Por entre meus dedos pendentes!

E termino a cavalgada,
Me abandono derrotada,
Esperando que as dunas me cubram,
Qual leve mortalha,
Sem tumba onde habitar!

Fui, o que não sou agora!
Sou, o que nunca quis ser!
Nada me ficou na Memória!
Apenas esta solitária Sombra ,
Em crua forma de Mulher!
Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 10/07/2006
Reeditado em 29/05/2010
Código do texto: T191015
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