FINDA A NOITE, FIM DO MEU SOSSEGO
Finda a noite, fim do meu sossego.
Pardais desafinados trinam como de costume.
As cigarras anunciam que está próximo o verão.
Os cães ladram em alto volume
E engolir assim, a seco, o dia, dá indigestão.
Ah, se somente fossem essas
As desordens que traz a claridade,
Eu manteria minha promessa
De escrever poemas felizes,
Mas, agora, não teriam verdades,
Seriam apenas diretrizes,
Camuflagem de um desejo, sôfrego
Por disfarçar as cicatrizes.
Fim da noite, findo meu sossego.
Até as flores de doces perfumes
Provocam em mim terrível sensação.
Disfarçadas de belas, traz dentro um negrume,
Que deixa da morte, a impressão.
>>KCOS<<