Elegia Desesperada
Elegia Desesperada
De que adianta mãos ardentes
Colhedoras de brasas-fogo
Se as raízes-fins profundas
Encontram-se em negror e podridão?
De que adianta a voz bravia
Se é em terror e melancolia
Que os olhos se fecham e se respeitam?
De que adianta o discurso,
Verdade feroz, sem rédeas e alvo,
Se a palavra é frágil, corruptível?
De que adianta a liberdade,
Na terra, na cidade, aonde quer
Que seja, aonde quer que vamos...
Se é na saudade que nós voamos?