O último Inverno
Num canto da sala
Um violino mudo.
No parapeito da janela,
Um corpo surdo.
No ar, o vazio
Que enche e preenche
E se condescende
Na sua inutilidade...
Lá fora,
Por entre árvores desnudadas,
Uma andorinha
Perdida do bando,
Aguarda a última golpada
De vento
Que a libertará ...
E a fará cair no asfalto infiel.
O Inverno vai longo...
A Primavera tarda a chegar.
A andorinha perdida
Em solidão complexa,
Não pode mais aguardar
Que o Sol a conforte...
E ali, tenaz e desistente,
Aguarda, passivamente,
O amplo afago da Morte!
Num canto da sala
Um violino mudo.
No parapeito da janela,
Um corpo surdo.
No ar, o vazio
Que enche e preenche
E se condescende
Na sua inutilidade...
Lá fora,
Por entre árvores desnudadas,
Uma andorinha
Perdida do bando,
Aguarda a última golpada
De vento
Que a libertará ...
E a fará cair no asfalto infiel.
O Inverno vai longo...
A Primavera tarda a chegar.
A andorinha perdida
Em solidão complexa,
Não pode mais aguardar
Que o Sol a conforte...
E ali, tenaz e desistente,
Aguarda, passivamente,
O amplo afago da Morte!