O POETA QUE DEIXOU DE SORRIR
O poeta deixou de sorrir,
Abriu mão da pestana do olhar meigo.
Não viu mais o sol se abrir,
E se deu conta de que era mais um leigo.
Não compreendeu o código
Nem a mensagem entrelinhas.
Foi-se como filho pródigo,
Vendeu-se por poucas moedinhas.
Ele recitou todos seus versos,
Eram sempre muito lindos.
Avistou teus sonhos submersos,
E os pronunciou aos atentos ouvidos.
Suas mãos agora tremiam.
Não podia mais segurar a caneta tinteiro
Suas palavras somente gemiam.
Não era mais insistente como dantes o dia inteiro.
Não suportava a falta de uma rima,
Assim como sua fala por belas frases.
Não viu o novo mundo por um prisma,
Não conteve como tu tantas faces.
Viu surgir um sentimento negativo por todo o valor,
De tantas palavras deixadas ao relento.
Estamos no inverno que me venha a falta do teu calor.
Meu carinho continua vivo e se tornou um pouco mais lento.
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