CHOREI OLHANDO O FOGÃO ONDE MINHA MÃE COZINHAVA
quem sou eu: sou ildebrando Rodrigues de barros primo filho de João primo do Tapuio e Benvinda LINDA de Carvalho avós paternos Joaquim Primo do Tapuio e Maria rosenda de barros bisavô paterno o tenente Primo e Aureliano (Capitão lero do Paulo) Faz. vás da onça em salgueiro,bisavô paterno Tenente Primo lopes de barros, avós maternos Manuel Lopes de Diniz [Heron das cacimbinhas um grande caçador de onça] e Catarina Linda de Carvalho bisavô materno Pai Totô sou dos carvalhos da panela dágua e descendente de Joaquim Lopes do Tapuio ele era irmão do Cel. José Lopes do Brejo do GAMA já morei em salgueiro por 2 anos em 1984 cheguei ao Crato.CEARA
Ildebrando:
CHOREI OLHANDO O FOGÃO ONDE MINHA MÃE COZINHAVA
Segundo o calendário cristão
2007 anos já se passava
Aos 22 de março veio a confirmação
Daquilo que eu já esperava
A minha mãe o nosso meio deixava
Para morar em outra dimensão
Lembrei das vezes que segurou minha mão
E as minhas lágrimas enxugava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
Liguei para o ônibus da viação
Que por minha terra passava
Comuniquei ao meu patrão
Que viajar eu precisava
Sabendo então do que se tratava
E respeitando a nossa legislação
Veio de pronto a minha liberação
Mas para vê-la o tempo não dava
Chorei olhando o fogão
Onde a minha mãe cozinhava
Em Floresta encontrei Damião
Com ele minha irmã estava
No caminho veio meu irmão
E lhe perguntei como papai se achava
Disse-me bem, pois na verdade lhe poupava
Lá chegando entrei e pedi sua bênção
Como meu pai não tinha mais a visão
Não viu que meu olhar lacrimava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
Vendo papai quase só naquele casarão
Na minha mente um filme se passava
Da minha infância de ilusão
Enquanto eu com ele conversava
Para todos os cantos eu olhava
Vi em cada canto uma recordação
Lembrei da mamãe cuidado da criação
Ela tirava leite e nos dava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
Na sala a cozinha um pilão
Nela mamãe tudo pilava
Uma janela aberta no oitão
Nela eu muito me sentava
Tudo de outrora ali estava
Pendurado num canto um caldeirão
O fogo apagado e sem tição
O que era alegre, triste se encontrava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
As panelas emborcadas pelo chão
A tristeza dali denunciava
No lugar das brasas só carvão
A cozinha de luto também estava
Onde a gente corria e brincava
Agora é silêncio e desolação
Lembrei de uma bela canção
Que papai para ela cantava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
Dentro da minha inquietação
A velha casa eu vasculhava
Entrei na dispensa onde com dedicação
As coisas mamãe guardava
Com capricho ela tudo separava
Para não haver de nada estruição
O que dali saía passa pela sua mão
E com isso nada nos faltava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
A casa de grande movimentação
Agora quase vazia eu encontrava
Somente papai e meu irmão
Ali ainda morava
Os dez vãos eu revirava
Senti um aperto no coração
Pois papai ao som do violão
Aquela dita canção cantava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
Papai e mamãe uma perfeita união
Em tudo ela com ele combinava
Com muita bondade e dedicação
De todos nós mamãe cuidava
Se de noite alguém chorava
Ela vinha trazendo consolação
E com o toque de sua mão
Ela nos acalentava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava
Andei pelos caminhos da recordação
Fui até onde me lembrava
Com minha irmã e meu irmão
Ali brincando o tempo passava
Enquanto na roça papai e mamãe trabalhava
Plantando arroz, milho e feijão
Abóbora, melancia e algodão
A comida feita no fogão ficava
Chorei olhando o fogão
Onde minha mãe cozinhava.
CRATO - CE, JUNHO DE 2007.
ILDEBRANDO RODRIGUES DE BARROS PRIMO (PRIMO)