Eu agora durmo um sono profundo
De cansaço e esquecimento
De esquecer que vivo
Simplesmente
E que arranco do peito
Um amor tão torpe
Mas não a dor tão forte
Por você exatamente
Por você por não poder
Acordar do sono profundo
Eu abandono acordar e respirar
Que me faz viver o que não quero sorver
Porque vou subir uma colina e ver você
E me esconder no alto de uma montanha e ser você
Precipitar-me no abismo e abraçar você
Nas profundezas da terra brotar você
E buscar luz em tudo que me faz respirar
E viver você
Eu habito sem querer a solidão e o silêncio
Estou prostrado desse vazio no peito
E atônito de medo deitado no leito
À mercê de um outro pesadelo
De morte que é quando esquecer
De pensar em respirar você
Num esquecimento que é como morrer
Estou vivo por pura displicência
E desisto sempre por impaciência
De ser algo mais do que a sombra do que sou
De existir nesse reino do esquecimento
Que mata tudo o que não restou
E corrompe o fruto de tudo o que se desfez
De tudo o que não vai nunca acontecer outra vez
Um sono profundo agora eu durmo
De esquecer que vivo esquecimento
Arrancando amores do peito
Sem ter onde faze-los nascer
Por você por não poder
Acordar desse sono profundo
De eterno esquecimento
Eu sou só a débil lembrança
Da força de todo esse lamento
Eu sou apenas solidão
E sou todo o meu silêncio
E somente escuridão
E sinto que há sofrimento
Como sangue a correr nas veias
E a transbordar em cada pensamento
Invadindo a mente quebrando o silêncio
E que me faz revolver-me no leito
E adormecer no doce túmulo
Mas que não me tira a luz dos olhos
Nem o amor do peito
Amor nenhum
Nenhum
Amor
Eu só queria não querer você
E nem amar viver
Eu só queria esquecer
O vazio no peito
A dor de não ser
A solidão no leito
A paz no túmulo
O acordar na morte
O viver no ermo
Eu só queria não ver
A luz do amanhã
A estrada vazia
O grito no silêncio
O medo de caminhar
De abrir os olhos na escuridão
De caminhar nessa estrada
Vazia de imensidão
E em plena madrugada
Encontrar no espelho
Outra prisão
Agora aprofundo um sono que não durmo
De esquecimento e cansaço (de viver)
De ser tudo o que esqueço
De conhecer, de saber, de sentir
Amor que arranco do peito
E que brota na terra
Mesmo sem alimento
Floresce a míngua
No mesmo peito fértil de que arranquei
E renasce e não sei por que
E em mim ainda vive
E não sei pra que
De cansaço e esquecimento
De esquecer que vivo
Simplesmente
E que arranco do peito
Um amor tão torpe
Mas não a dor tão forte
Por você exatamente
Por você por não poder
Acordar do sono profundo
De eternidade e esquecimento
Que me faz viver o que não quero sorver
Porque vou subir uma colina e ver você
E me esconder no alto de uma montanha e ser você
Precipitar-me no abismo e abraçar você
Nas profundezas da terra brotar você
E buscar luz em tudo que me faz respirar
E viver você
Eu habito sem querer a solidão e o silêncio
Estou prostrado desse vazio no peito
E atônito de medo deitado no leito
À mercê de um outro pesadelo
De morte que é quando esquecer
De pensar em respirar você
Num esquecimento que é como morrer
Estou vivo por pura displicência
E desisto sempre por impaciência
De ser algo mais do que a sombra do que sou
De existir nesse reino do esquecimento
Que mata tudo o que não restou
E corrompe o fruto de tudo o que se desfez
De tudo o que não vai nunca acontecer outra vez
Um sono profundo agora eu durmo
De esquecer que vivo esquecimento
Arrancando amores do peito
Sem ter onde faze-los nascer
Por você por não poder
Acordar desse sono profundo
De eterno esquecimento
Eu sou só a débil lembrança
Da força de todo esse lamento
Eu sou apenas solidão
E sou todo o meu silêncio
E somente escuridão
E sinto que há sofrimento
Como sangue a correr nas veias
E a transbordar em cada pensamento
Invadindo a mente quebrando o silêncio
E que me faz revolver-me no leito
E adormecer no doce túmulo
Mas que não me tira a luz dos olhos
Nem o amor do peito
Amor nenhum
Nenhum
Amor
Eu só queria não querer você
E nem amar viver
Eu só queria esquecer
O vazio no peito
A dor de não ser
A solidão no leito
A paz no túmulo
O acordar na morte
O viver no ermo
Eu só queria não ver
A luz do amanhã
A estrada vazia
O grito no silêncio
O medo de caminhar
De abrir os olhos na escuridão
De caminhar nessa estrada
Vazia de imensidão
E em plena madrugada
Encontrar no espelho
Outra prisão
Agora aprofundo um sono que não durmo
De esquecimento e cansaço (de viver)
De ser tudo o que esqueço
De conhecer, de saber, de sentir
Amor que arranco do peito
E que brota na terra
Mesmo sem alimento
Floresce a míngua
No mesmo peito fértil de que arranquei
E renasce e não sei por que
E em mim ainda vive
E não sei pra que