Caminho da perdição
Como irei contar a minha mãe
Que vive tão preocupada
E chorando de saudades por nós
Hó! Meu irmão porque foi fazer isso?
Porque aderir de uma vida digna?
Para entrar em uma clandestina
Porque se juntar a pessoas ínfimas?
Como irei falar a meu pai?
Que explicação eu darei?
Ele que é tão justo, reto, inviolável
Ele que tem honra e uma linha de verdade
Maldito mundo, maldita sociedade,
Maldita urbanização mil vezes maldita
Essa sociedade doente, essa urbanização sifilítica
Mundo de cão levou meu irmão à perdição.
Há! Minhas irmãs como irão sofrer
Como irão se contorcer de arrependimento
Como irão soluçar elas tão distantes
Impedidas de fazer alguma coisa.
Elas e meus pais distantes de nós
Esse mundo não é para qualquer um
O que veio fazer aqui meu irmão?
Aqui não é terra pra você
Aqui é para quem possui resistência
Pulso firme, mente inviolável, pés no chão
Só os de mente forte sobrevivem
Agora não tem mais volta
Você entrou na porta errada da vida.
Meus pais não agüentarão o peso da noticia
Não aceitarão o mundo como ele é
Cheios de armadilhas para com as suas crias.
Meus pais irão chorar como eu
Se interrogarem como eu
Se culparem loucamente como eu.
O mundo aqui mãe, pai é tão hostil
Em pensamentos frágeis. O mundo
Aqui é feroz a cada dia, é cheios de anomalias.
Mãe, pai não sei o que fazer
Não sei como falar para vocês,
Mas infelizmente uma de suas crias
Saiu de linha, faz parte da casta jovem
Sem êxito na vida, sem perspectiva futura,
Sem sonhos, sem desejos, sem mais nada na cabeça.
Infelizmente agora ele consome o branco
Acomodado na escuridão.
Fiz este poema, mas não consigo ler novamente, me falta força, me sinto envergonhado, me sinto um pouco culpado, não sei o que fazer é triste perder um irmão para as sombras, é triste repudiar um irmão, é triste negar-lhe o olhar assim como é triste pensar em meus pais após a noticia.